Primeiro, é o correto pensar assim? Que a Teologia Bíblica é nova e a Sistemática é antiga? E, sendo colocado assim, alguém pode pensar, equivocadamente, que a Sistemática está passando para que a Bíblica assuma?
A reposta, para ambos os questionamentos, é: NÃO!
Assim, saiba-se que, pela Obra de Gentry, Peter J.- O reino de Deus através das alianças de Deus : uma teologia bíblica concisa / Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum ; tradução de Susana Klassen. — São Paulo : Vida Nova, 2021. 320 p., não se pode entender a natureza progressiva das alianças bíblicas sem a teologia bíblica, que, por fim, revela, progressivamente, o Redentor.
Do outro lado, quanto às conclusões teológicas verdadeiras, que advém “Sola” das Escrituras, têm por objetivo aplicar “todo o conselho de Deus” à vida, e é o que concerne à “teologia sistemática”.
Perceba-se, portanto, as teologias bíblica e sistemática não se excluem, mas, somam-se, por extenuante trabalho, a mostrar CRISTO nos vários momentos onde DEUS fez alianças, nas dispensações do AT e do NT, tomando o todo das Escrituras, que embasa as conclusões de cada etapa como parte de um plano único e total de salvação.
Ademais, a designação “teologia bíblica” está muito além de ter-se o desejo de ser fiel à Bíblia, pois, ser “bíblico” não é apenas conhecer as Escrituras, e sim, também interpretá-las corretamente – pelas teologias, sem entender um ponto que se oponha a qualquer parte das Escrituras. Uma correta doutrina não encontra oposição em lugar algum do Livro Santo!
E que some-se ao aclaramento que, na história da Igreja, desde sempre, não só agora, a designação “teologia bíblica” foi entendida de várias maneiras. Já foi identificada sim como a mesma teologia sistemática, contudo, alguns já praticavam o que chamamos hoje “teologia bíblica”, que é essa tentativa da compreensão do desdobramento histórico-redentor nas Escrituras.
Pelo mesmo prisma, no passado, era comum abordá-las em categorias lógicas e atemporais, não ponderando sobre a progressão no Cânon. E mesmo no pós-Reforma, com a retomada no exercício da “teologia da Bíblia toda”, esta era vista como sistemática, com foco mais nas questões “dogmáticas”.
Enfim, com o iluminismo, que corroborou, por uma vertente à visão do Cânon como um todo, em outro braço, essa mesma escola trouxe a interpretação fragmentada dos textos com teorias como a JEPD, da crítica dos textos, vendo-os como parte impossíveis de serem componentes de um todo.
Ou seja, em todo tempo, DEUS será SENHOR para usar o que quiser, como quiser, para o louvor da Sua Glória, sendo que, o aclarar à revelação da Sua Vontade Escrita é a forma crível e certa para fazê-lo, como cremos, pelo SOLA e Toda SCRIPTURA. E o inimigo de nossas almas sempre fará do outro lado, como em Gn 3.1 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal., lançando dúvidas!
Que sejamos, para a Glória de DEUS, os que se valem das teologias bíblica e sistemática, servindo com fidelidade a Esse que tanto nos amou, e insiste em salvar, como indubitavelmente aclara a História de Salvação – que são as Escrituras!