O culto sob a visão bíblica – Parte 1 (Pastoral Rev. Giovan Casteluber)

Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.22-24).

“Bora assistir um culto ali! Bora oferecer a DEUS o que está no coração!” Certamente você já se deparou com essas expressões, ou acreditou que esse era o correto, ou ainda já empreendeu segundo esses pensamentos; não é verdade?
Contudo, não concordamos que as Sagradas Escrituras são a vontade revelada de DEUS para nós? E não concordamos que, se sabemos que devemos prestar-Lhe culto é porque essa mesma Santa Palavra assim preconiza?
Logo, sendo por esse viés, por que entendemos que o culto prescrito nas Escrituras não tem as suas bases, irrevogavelmente, nas mesmas Escrituras? Qual seria o motivo pelo qual advogamos que, sendo “do coração”, podemos oferecer ao SENHOR?
Creio que, com toda sinceridade, seja até por boa intenção… Se o inferno não estivesse cheio delas… Se o nosso coração não fosse o que a Santa Palavra afirma, em Jr 17.9: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”… Se Nadabe e Abiú não tivessem sido fulminados por essa “boa intenção”, segundo Lv 10.1 “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. 2 Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR.;”… Se Uzá, com “a melhor das intenções”, não morresse por agir desta forma e não com a solenidade requerida pelo Dono do Culto, DEUS, conforme 2Sm 6.6 “Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. 7 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus”.
Desta feita, é preciso-corretíssimo, quando a Confissão de Fé de Westminster afirma, no Cap XXI, DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO – I. A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.
Ref Rm 1:20; Sl 119:68, e 31:33; At 14:17; Dt 12:32; Mt I5:9, e 4:9, 10; Jo 4:3, 24; Ex20:4-6.
Doravante, o desejo sincero não significa um culto aceitável, se não estiver referendado pelo ensinamento bíblico. O culto prestado ao SENHOR – nunca assistido – jamais estará alheio às prescrições do que ELE mesmo requereu. A isso, afirma Daniel Hyde: “Em tempos de analfabetismo bíblico, precisamos de um culto cheio das Escrituras, com uma linguagem escriturística em cada aspecto, das leituras responsivas e cânticos, às orações e leituras bíblicas propriamente ditas” (HYDE, 2014, 72-73).
(Continua).

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